É importante entender antes o seguinte: Afinal de contas, porque os Guarani Kaiowá insistem tanto em voltar para a sua antiga 'Tekoha' Pyelito kue/Mbarakay?
R: Tekoha para os Guarani Kaiowá (especificamente para estes 170 índios) significa 'território tradicional', lá estão enterrados seus antepassados, o solo é considerado sagrado, pois é dali que eles tiram o sustento e fazem seus rituais e praticam os seus costumes. Para entender mais a fundo sobre a importância geográfica do Tekoha para este povo, indico está leitura - http://pib.socioambiental.org/pt/povo/guarani-kaiowa/552
Entendendo isso, podemos dizer que é ai que tudo começa. Julho/2003, dezembro/2009, agosto/2011 - Todas essas datas citadas marcam a tentativa de retomada do Tekoha por parte dos Guarani Kaiowá.
Com que resultado? Todas as tentativas acarretaram em ações extremamente violentas por parte dos pistoleiros e descaso da justiça brasileira (você provavelmente nunca ouviu falar disso porque as grandes mídias abafaram os casos). Alguns trechos de cartas dessas datas deixavam claro o objeto dos Guarani Kaiowá a cada tentativa de reocupação - “nós retornamos a reocupar a nossa antiga tekoha, voltamos aqui para morrer pela nossa terra”. Guarde o termo "Morrer pela nossa terra", pois será importante para entender o tal "Suicídio coletivo" que tanto está sendo comentado na internet.
O caso de suicido entre os Guarani-Kaiowá não é novidade. "Há informações de que foram registrados 52 suicídios de 1987 até agosto de 1991; A epidemia é mais dramática entre o subgrupo Kaiowá: 14 de seus membros suicidaram-se no ano de 1990, e uns tantos outros suicídios já ocorreram no 1° semestre de 1991" Este trecho foi retirado do documento "Epidemia de Suicídio entre os Guaraní-Kaiowá" que está em PDF e pode ser lido na integra ou baixado. Outra coisa que é relevante saber - "Nós não estamos retomando as terras dos fazendeiros, nós requeremos o que é nosso". Quem disse estás palavras foi um dos líderes dos Guarani-Kaiowá (todos os lideres já foram ameaçados de morte e alguns já foram mortos...), o Cacique Faride neste vídeo:
Dificilmente você vai ouvir falar em um 'Protesto sangrento feito pelos Guarani Kaiowá' (a não ser esse do "Suicídio Coletivo" que está prestes a acontecer a qualquer momento). Com muitos índios aconteceu o seguinte: Os fazendeiros vinham, matavam algum índio e como retaliação os índios iam na raiz do problema e derrubavam alguém da liderança e pronto, estava resolvido (é claro que não tão simples assim, mas basicamente por esses meios).
O que está prestes a acontecer não é um Suicídio Coletivo, na carta dos índios se quer aparece a palavra suicídio (a não ser para se ferir a duas mortes que ocorreram. "Morte Coletiva" (que é o que está escrito) é muito diferente de “Suicídio Coletivo”. Para entender melhor isso, e ler a carta na integra, leia este artigo - "Nota sobre o suposto suicídio coletivo dos Kaiowá de Pyelito Kue"
Minha opinião sobre o que está prestes a acontecer: Repare nas palavras do Cacique Ambrósio no final do vídeo que eu postei, aos 4:33 - "Neste período, 2012, se não resolver, nós resolve do nosso jeito". Acredito que enfim o pacifismo dos Guarani Kaiowá esteja chegando ao fim e eles estejam se preparando para um verdadeiro genocídio e para uma luta armada apostando suas últimas fichas.
Para finalizar, confira este excelente documentário que fala sobre a luta desigual de reconquista territorial
À Sombra de um Delírio Verde from Midiateca Copyleft on Vimeo.
Entendendo isso, podemos dizer que é ai que tudo começa. Julho/2003, dezembro/2009, agosto/2011 - Todas essas datas citadas marcam a tentativa de retomada do Tekoha por parte dos Guarani Kaiowá.
Com que resultado? Todas as tentativas acarretaram em ações extremamente violentas por parte dos pistoleiros e descaso da justiça brasileira (você provavelmente nunca ouviu falar disso porque as grandes mídias abafaram os casos). Alguns trechos de cartas dessas datas deixavam claro o objeto dos Guarani Kaiowá a cada tentativa de reocupação - “nós retornamos a reocupar a nossa antiga tekoha, voltamos aqui para morrer pela nossa terra”. Guarde o termo "Morrer pela nossa terra", pois será importante para entender o tal "Suicídio coletivo" que tanto está sendo comentado na internet.
O caso de suicido entre os Guarani-Kaiowá não é novidade. "Há informações de que foram registrados 52 suicídios de 1987 até agosto de 1991; A epidemia é mais dramática entre o subgrupo Kaiowá: 14 de seus membros suicidaram-se no ano de 1990, e uns tantos outros suicídios já ocorreram no 1° semestre de 1991" Este trecho foi retirado do documento "Epidemia de Suicídio entre os Guaraní-Kaiowá" que está em PDF e pode ser lido na integra ou baixado. Outra coisa que é relevante saber - "Nós não estamos retomando as terras dos fazendeiros, nós requeremos o que é nosso". Quem disse estás palavras foi um dos líderes dos Guarani-Kaiowá (todos os lideres já foram ameaçados de morte e alguns já foram mortos...), o Cacique Faride neste vídeo:
O que acontece é que a justiça não demarca e não homologa as terras que por direito são dos índios, eles aguardam essa demarcação de terra há vários anos e sempre se deparam com reprovações por conta de documentos que 'surgiram' provando que as terras são dos fazendeiros.
E diferente de outras etnias, os Guarani-Kaiowá são extremamente pacíficos. Ao invés de se armar e atacar, eles pedem ajuda das autoridades ou de pessoas que estejam dispostas a ajuda-los de alguma forma, veja bem, não é covardia, faz parte da cultura deles. Todas as manifestações que eles fazem são baseadas na diplomacia e no pacifismo. Tanto que um dos líderes dos Guarani Kaiowá, ou melhor, 'uma das lideres', a forte Valdelice Veron (foto de má qualidade, desculpem) esteve em São Paulo, na Rádio Cala Boca Já Morreu explicando o que aconteceu e solicitando ajuda.
E diferente de outras etnias, os Guarani-Kaiowá são extremamente pacíficos. Ao invés de se armar e atacar, eles pedem ajuda das autoridades ou de pessoas que estejam dispostas a ajuda-los de alguma forma, veja bem, não é covardia, faz parte da cultura deles. Todas as manifestações que eles fazem são baseadas na diplomacia e no pacifismo. Tanto que um dos líderes dos Guarani Kaiowá, ou melhor, 'uma das lideres', a forte Valdelice Veron (foto de má qualidade, desculpem) esteve em São Paulo, na Rádio Cala Boca Já Morreu explicando o que aconteceu e solicitando ajuda.
Dificilmente você vai ouvir falar em um 'Protesto sangrento feito pelos Guarani Kaiowá' (a não ser esse do "Suicídio Coletivo" que está prestes a acontecer a qualquer momento). Com muitos índios aconteceu o seguinte: Os fazendeiros vinham, matavam algum índio e como retaliação os índios iam na raiz do problema e derrubavam alguém da liderança e pronto, estava resolvido (é claro que não tão simples assim, mas basicamente por esses meios).
O que está prestes a acontecer não é um Suicídio Coletivo, na carta dos índios se quer aparece a palavra suicídio (a não ser para se ferir a duas mortes que ocorreram. "Morte Coletiva" (que é o que está escrito) é muito diferente de “Suicídio Coletivo”. Para entender melhor isso, e ler a carta na integra, leia este artigo - "Nota sobre o suposto suicídio coletivo dos Kaiowá de Pyelito Kue"
Minha opinião sobre o que está prestes a acontecer: Repare nas palavras do Cacique Ambrósio no final do vídeo que eu postei, aos 4:33 - "Neste período, 2012, se não resolver, nós resolve do nosso jeito". Acredito que enfim o pacifismo dos Guarani Kaiowá esteja chegando ao fim e eles estejam se preparando para um verdadeiro genocídio e para uma luta armada apostando suas últimas fichas.
Para finalizar, confira este excelente documentário que fala sobre a luta desigual de reconquista territorial
À Sombra de um Delírio Verde
